Quando eu era criança, acreditava que algumas comidas e bebidas eram só pra adulto.
Eu acreditava, naquela época, que o paladar realmente ia amadurecendo com a idade, e que não importava o esforço que eu fizesse, só ia gostar de certas coisas quando me tornasse adulta, ou melhor, velha (assim era como eu, criança, enxergava adultos de mais de 30 anos).
+ Descubra como se divertir essa semana em SP +
Esse meu conceito servia para cerveja, whisky, charuto (não que eu devesse usar esses itens antes de me tornar adulta, mas é que tinha que ser beeeem adulta mesmo), berinjela, cebola crua e… café!
Cresci, comecei a minha vida profissional e nos escritórios que trabalhei, nunca entendi o porquê as pessoas faziam tantas pausas para o cafezinho. Simplesmente porque eu não gostava de café.
E foi recentemente, quase chegando aos 30 (ixi!), que comecei a realmente apreciar um bom café.
Não sou daquelas Lorelai Gilmore que precisa de uma xícara de café pra acordar ou que toma a bebida incontáveis vezes por dia, até porque a cafeína não tem nenhum efeito em acabar com o meu sono.
Pra mim, café é um prazer lento, que deve ser consumido poucas e especiais vezes para que não vire rotina e não perca a sua mágica.
Por isso, eu costumo tomar café somente aos finais de semana, que é quando eu tenho tempo de preparar uma boa xícara ou ir até uma boa cafeteria.
+ Clemente Café: meu café preferido em SP +
E foi em um desses finais de semana que fomos visitar o Coffee Lab, para tomar um bom café e bater um papo gostoso com uma pessoa querida da família.

O Coffee Lab é da barista Isabela Raposeiras, uma das primeiras profissionais da área no Brasil.
Eu fiz um curso com ela em 2005, se não me engano, com o intuito de trabalhar com café. Até trabalhei, por um curto período de tempo.
Depois deste curso, nunca mais tive contato com ela e nem com seus cafés. Mas sempre ouvia coisas incríveis sobre o Coffee Lab, de fato, uma das primeiras cafeterias bacanas de verdade da cidade, cenário esse que melhorou muito nos últimos anos.
O Coffee Lab fica em uma casa super charmosa na Vila Madalena. Varanda, área interna, ambiente meio rústico e as várias plantas que estão por lá são quase que um convite para passar horas conversando. E foi isso que fizemos.
De cara, achei o sistema um pouco confuso. Tinha garçons, mas você precisava ir até o caixa para fazer o pedido.
Vou começar falando do atendimento porque foi o meu primeiro ponto de contato por lá.
Fizemos dois pedidos separados no caixa. A minha cunhada pediu um capuccino e um pedaço de bolo e nós pedimos um café, um capuccino e mais um pedaço de bolo.
Sentamos e começamos a conversar. Logo chegou o primeiro capuccino, o da minha cunhada, sem o bolo. Começamos a conversar e ela não queria tomar a sua bebida sem antes recebermos a nossa e ainda queria tomá-la junto com o bolo. Mas nada de vir o bolo e nem as nossas bebidas. Reclamamos. O bolo chegou, mas as nossas bebidas não. Insistimos para ela tomar o capuccino dela, que no momento da chegada do bolo, já deveria estar morno. Ela foi tomando e comendo.
Depois de uns quinze minutos que chegou o capuccino dela, chegou um café na mesa e nada do capuccino.
O café que eu pedi, um coado, foi posto meio de qualquer jeito na mesa pelo atendente. Com cara de poucos amigos, ele me informou que eu devia esperar alguns minutos para tomar o café. E eu esperando que ele fosse me dar alguma informação sobre o grão que eu tinha escolhido.

Ainda nada do capuccino. Quando reclamamos, pela segunda vez, o atendente disse que já havia servido o capuccino, o da nossa cunhada, e que no pedido havia apenas um deles marcado.
Explicamos que eram dois pedidos separados e eles disseram que como acharam que estava repetido, não fizeram o capuccino. Custava perguntar?
Depois de uns 30 minutos por lá, o capuccino finalmente chegou, quando as outras pessoas da mesa já tinham terminado suas bebidas.

Assim é o atendimento lá: confuso, com jeitão de má vontade, demorado e nada solícito.
Mas e o café?
Ah, o café é bom mesmo.
Os capuccinos pedido pela minha cunhada e pelo Thiago estavam ótimos, cremosos, com bastante café.
O meu coado também estava excelente (infelizmente eu não lembro qual era), com uma acidez gostosa e corpo leve, tomaria algumas xícaras dele.
Já os bolos que pedimos não agradaram. A começar pela expectativa: ele é servido em uma marmita de alumínio e quando chega à mesa, fechado, você pensa que vai ser um pedaço enorme de bolo.

Que nada! É um bolinho pequeno, servido frio, e nos dois casos, tanto o de milho quando o de cenoura, estavam bem secos e sem graça.

+ Broa de Milho Diet: receita perfeita para tomar com café +
O papo continuou ótimo e pedimos mais bebidas e comida.
E aí eu pedi algo bem diferente, mas que adorei. O Shakeratto é uma bebida fria feita com café, água com gás e notas de limão.
No primeiro gole eu estranhei bastante, pois era uma bebida bastante ácida, com gás e com café, mas depois, achei bem interessante e uma ótima opção de bebida fria de café sem leite e mais um monte de coisa.

Pedimos também um pão orgânico na chapa com manteiga Aviação e este estava bem gostoso.
São duas fatias de pão bem grandes, quentinhas, com bastante manteiga Aviação. Aquele tipo de comida que te põe no colo e te faz carinho.

Pedimos mais alguns espressos também e estavam ótimos.

Na hora de ir embora, tenha certeza de que o bom café elevou o seu nível de paciência para pagar a conta.
Como os atendentes não a trazem à mesa, você tem que se levantar e ir pagar no único caixa da casa.
O problema é que este único caixa não é só para pagar contas. Este funcionário, pelo menos no dia que estive lá, também era responsável por moer os cafés que os clientes levam pra casa.
Ou seja, domingo, um dia de bastante movimento, na hora do fechamento da casa, quando todo mundo quer pagar a conta pra ir embora, eu demorei pelo menos 20 minutos para conseguir pagar a minha.
Isso porque os dois únicos clientes que estavam na minha frente na fila queriam levar café pra casa e quem ia moer era a pessoa do caixa. Ela saía do caixa, moía e empacotava o café, voltava pro caixa e fechava as contas.
Nem preciso falar que se formou uma fila de pessoas descontentes e impacientes atrás de mim. Vinte minutos para pagar uma conta é tempo demais. Ainda mais se for como o cara que estava atrás de mim, que só havia consumido um café.
Enfim, o café é ótimo, mas o atendimento desorganizado e omisso fez com que a experiência não fosse tão boa assim.
Vale a pena sim ir até o Coffee Lab, principalmente se você estiver em um dia de paciência de Jó.
Se este não for o seu dia de iluminação ou se você não estiver a fim de ir até a Vila Madalena, procure outro, há excelentes xícaras de café em São Paulo com atendimento e comidinhas muito melhores.
Coffee Lab (http://coffeelab.com.br/)
Rua Fradique Coutinho, 1340, Vila Madalena, SP – (11) 3375-7400 – Metrô mais próximo: Fradique Coutinho (1,3 km)
Todos os dias, das 10h às 20h.
Gastamos R$ 70 com dois espressos, dois capuccinos, um café coado, um Shakeratto, dois bolos e um pão na chapa. Não foi nada caro.
Quais são seus cafés preferidos em SP? Deixe a sua opinião aqui na caixa de comentários.
Gosta do Magali Viajante? Então não esquece de seguir a gente em todas as mídias sociais. Tem conteúdo exclusivo para o Facebook, Instagram,Twitter,YouTube e até Snapchat. Segue lá!
O post Coffee Lab: Cafés e Uma Boa Dose de Paciência apareceu primeiro em Magali Viajante.