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Jui Restaurante: Uma Grata Surpresa Fora do Eixo Gastronômico de SP

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Fico muito feliz quando descubro um bom restaurante fora do eixo gastronômico da cidade composto por Jardins – Itaim – Pinheiros.
Eu não moro em nenhum desses três bairros e gostaria de ter mais opções perto de casa, ou do trabalho.

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E já faz um tempão (tempão mesmo, tipo dois anos) que eu estava querendo conhecer o Jui, restaurante que um amigo abriu na Chácara Santo Antônio.

Bem no dia do meu aniversário (que vocês acompanharam e me deram parabéns pelo Instagram, obrigada!), estava procurando um lugar gostoso para almoçar com o maridão. Por motivos de trabalhos, não tínhamos muito tempo, então tinha que ser algo muito gostoso e perto do escritório e logo lembramos do Jui.
Já vou avisando que este post não tem muita foto. Estava lá para comemorar e não a trabalho, mas gostei tanto do restaurante que resolvi escrever.

O restaurante fica em uma pequena ruazinha que é travessa da Rua Verbo Divino, com seus milhares de empresas e pessoas famintas na hora do almoço e por ser uma região que fica meio morta à noite, o Jui só abre no almoço, de segunda à sábado.

É uma casinha pequena, com ambiente moderno, sem nenhum frufru. Chão de cimento queimado, mesas de madeira simples, sem decoração. Ambiente funcional. Mas não é muito pelo ambiente que você vai lá. É pela comida.

No cardápio, opções de almoço executivo em que você escolhe o prato e tem a entrada incluída. Cardápio simples, enxuto, com nove opções de pratos principais e duas de entrada. Há também uma sugestão que muda todos os dias, tanto de entrada, quanto de prato principal.

O chef Tan-Tjui Tseng é da Malásia, mas mora desde pequeno aqui no Brasil. Ele faz uma cozinha asiática moderna, sem restringir-se a um único país. No Jui, você vai encontrar pratos de inspiração japonesa, coreana, chinesa, tailandesa e de outras culturas asiáticas. Tan trabalhou com chefs importantes, como Adriano Kanashiro e Alberto Landgraf e a influência deste último é clara em seus pratos.
(Só agora pensei nessa coincidência: no meu aniversário do ano passado, almocei no Epice, finado restaurante do chef Landgraf e neste ano, comemorei no restaurante do pupilo do chef. Onde será que almoçarei no aniversário do ano que vem?).

O cardápio é bem bacana, e no dia que eu fui, a sugestão de entrada era Missoshiro Cremoso e como principal, Karê com Karaaguê, curry japonês com frango frito. Pena que quando eu cheguei lá, já era por volta das 14h e o Karê já tinha acabado… Tive que escolher outro prato!

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Uma coisa que eu achei bem bacana no Jui são as bebidas que eles produzem na casa. Eu não bebo refrigerante e nem suco artificial, então invariavelmente, tenho que ficar só na água quando vou almoçar. A maioria dos restaurantes não percebe que a experiência do cliente é completa, e passa também pelas bebidas.
No Jui, você pode ter prazer com as bebidas também. Eles tem quatro bebidas, além de suco natural de laranja ou melancia, feitas na casa.
Nós provamos duas: o Ginger Ale, refrigerante de gengibre feito na casa (R$ 8,50) e o Sour Orange, refrigerante 100% natural de laranja (R$ 8,50).
Os dois são excelentes. No Ginger Ale, Tan faz o próprio xarope de gengibre, misturado a água com gás e o resultado é um refrigerante delicioso e pouco doce, com sabor intenso do gengibre.
Também adoramos o Sour Orange, que em nada lembra esses refris de laranja radiotivos que tomamos por aí. Ele tem sabor suave, mas muito gostoso e vem com calda de açúcar a parte, para que o cliente adicione a quantidade de sua preferência. Começamos bem, mas o melhor está por vir.

jui restaurante
Nossas bebidas, de gengibre e de laranja, ambas sensacionais

Como entrada, escolhemos o Ovo com gema mole, creme de missô e crocante de amendoim (incluso no menu executivo, R$ 10 se pedido à parte).
E essa foi simplesmente a melhor entrada que eu já comi em todos os restaurantes aqui do Brasil que já visitei. Melhor que as do Epice e certamente melhor do que em muito restaurante “estrelado” da cidade.
Trata-se de um ovo poché cozido no ponto perfeito, com a gema bem molinha, sobre um creme de missô de sabor interessantíssimo e bem complexo e com um crocante de amendoim que agrega textura e muito sabor ao prato.
Esta entrada parece simples, mas ela não é nada simples. Ao ver e ao provar o prato, você percebe quanto pensamento tem pro trás dele, além de demonstrar toda a técnica de chef Tan. Comeria bowls e mais bowls deste ovo.

jui restaurante
A. Melhor. Entrada. Sério.

De principal, eu fui de Tonkatsu, lombo de porco empanado, salada de batata com wasabi e tonkatsu sauce (R$ 31). Lombo de porco macio e suculento, fritura sequinha e crocante, porção com bom tamanho, salada de batata fresca e com wasabi na medida: faz arder, mas não faz chorar. Só não ganha do Tonkatsu do Ajissai, mas é uma delícia.

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O Thiago foi de Kimchi Belly, fatias de barriga de porco, kimchi e legumes, salada de pepino servidos sobre arroz (R$ 36).
O prato é servido em um grande bowl de arroz, em uma porção generosa. Estava uma delícia, com kimchi de excelente qualidade e com tudo bem feito e saboroso.
O Thiago só achou que poderia vir mais barriga de porco, pois às vezes era difícil encontrar os pedaços.
Porém, o que ele me disse que mais gostou deste prato, e também do Jui, é que os sabores são autênticos. Não parece que nada foi adaptado ou suavizado para o paladar brasileiro, ou para ser um restaurante da moda servindo comida fusion. Os pratos coreanos de lá tem o gosto da Coreia, os japoneses, do Japão. Autenticidade. Mais um ponto, Tan.

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Foquem no pouco que dá pra ver dos pratos, e não na minha cara, please

Para a sobremesa, apenas quatro opções. Ficamos em dúvida entre duas, mas acabamos nos decidindo pelo Crème Brûlée de gengibre com compota de abacaxi e coco (R$ 12) e novamente nos demos bem.
Creme delicado, sedoso, com sabor intenso de gengibre e compota de abacaxi que dava vontade de levar pra casa, de tão boa que era.

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Crème Brûlée do Jui: pedido obrigatório!

Gostamos muito do Jui. É um dos únicos restaurantes que faz comida asiática variada e muito boa! Com certeza vale a pena ir até a Chácara Santo Antônio para provar a melhor entrada que já comi por aqui.
Se você mora ou trabalha por ali, aproveite. A região tem poucas boas opções e é um óasis para quem precisa almoçar por ali. Mas se você mora longe, aos sábados não costuma ter trânsito para ir até lá! Quero voltar em breve para provar os outros pratos da casa, pois o Jui se tornou um dos meus restaurantes favoritos para almoçar.

Bravo, Tan!

Jui Restaurante (http://www.juirestaurante.com.br/)
Rua Paul Valéry, 104 – Chácara Santo Antônio – SP – (11) 2193-1086 – Estação de trem mais próxima: Granja Julieta (700m)
Segunda a sexta, das 11h30 às 17h e sábados, das 12h às 16h.
Gastamos menos de R$ 100 para um almoço excelente!

Já foi no Jui? Nos conte o que achou do restaurante nos comentários.

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Arquivado em:Comida, Restaurantes, Segredos de SP, SP Tagged: almoço, Chácara Santo Antônio, chef Tan-Tjui Tseng, comida asiática, creme brulee, ginger ale, Jui restaurante, kimchi belly, ovo, restaurante, sour orange, SP, tonkatsu

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